De um lado, o turismo de lazer em que os turistas escolhem o destino dos sonhos, planejam as férias, reservam pacotes e passeios. Do outro, o turismo corporativo, com viajantes circulando a trabalho, em reunião de negócios, em convenções de empresa. Hoje em dia, entretanto, existe uma nova modalidade, uma tendência acelerada pela pandemia do coronavírus, que, de certa forma, une as duas formas anteriores: o turismo que incorpora lazer em uma viagem corporativa, conhecido também como viagem de incentivo. Mais do que premiar os colabores com uma viagem no fim do ano, num sorteio na confraternização da empresa, esse tipo de viagem oferece experiências de entretenimento em família.
As viagens de incentivo podem ser um prêmio de diferentes maneiras, seja por sorteio ou por atingir a meta. E isso, por si só, já é um fato que eleva a produtividade de toda a empresa, não só de quem foi premiado. O profissional que viaja com a família, por conta da organização em que trabalha, obviamente, voltará feliz e contente, com mais vontade de trabalhar, o que o impulsionará a ser mais produtivo. Além do que ele estará descansado, tendo aproveitado uma mini férias com a família, com aqueles que ele mais ama. Todavia, os colegas que ficaram serão motivados a viajar também e, assim, dedicar-se-ão com mais afinco ao trabalho, o que contribui para o aumento da produtividade.
Afinal, quem não quer ser premiado ou recompensado com um fim de semana num resort? Ou, então, com alguns dias na praia? Ou, ainda, com uma viagem internacional? E tudo isso não seria ainda melhor acompanhado da família, da esposa ou do marido, e dos filhos? Em primeiro lugar, esse tipo de premiação provoca um nível maior de bem-estar nas pessoas. As gerações mais novas, por exemplo, têm preferido investir dinheiro viajando em vez e comprar casa e carro, prioridades de antigamente. É a necessidade de viver experiências. Por isso, premiar com viagens, em muitos desses casos, eleva o nível de satisfação pessoal.
A prática das férias também tem mudado. As pessoas têm preferido tirar poucos dias várias vezes durante o ano do que sair de uma vez, tirando os 30 dias seguidos e corridos. Então, sentem-se mais do que felizes quando, inesperadamente, ganham uma viagem da empresa, no meio da rotina laboral. Isso tudo se reflete no crescimento pessoal e profissional porque os benefícios de uma viagem extrapolam os dias de lazer. Entre os aspectos importantes que impactam estão o fato de se conhecer pessoas diferentes, ter contato com culturas distintas. Tudo isso pode estimular novas ideias, novos projetos. É um baita incentivo pessoal e profissional.
Voltar com a cabeça descansada e com o corpo relaxado também contribuem para dar um novo gás no ambiente profissional. Sem contar que as lembranças e memórias da viagem vão render assunto entre os colegas e momentos de nostalgia com a família. Quem sabe o viajante premiado não traz uma lembrancinha para os colegas? Perceba que esse ciclo vai criando uma cultura de pessoas que viajam, que querem voltar a viajar, que incentivam outros a viajarem, que ficam felizes com a viagem dos colegas. A cultura organizacional, se bem trabalhada pela empresa, pode ser potencializada.
Que tal se a empresa criar um mural com fotos ou ímãs dos lugares por onde seus colaboradores viajaram? E por que não pintar um mapa em uma das paredes do escritório e ir sinalizando os lugares por onde os premiados passaram? Dessa maneira, os colaboradores começam a sentir que tudo isso é acessível e mais próximo de suas realidades, mesmo aqueles que não tinham o costume de viajar antes, podem vir a ter a partir de então. Por outro lado, as empresas passam a entender que essa é uma estratégia eficaz que ajuda a melhorar a produtividade e que torna o ambiente de trabalho melhor, se bem trabalhada. Todos ganham.
E ganham de uma forma assertiva. As viagens de incentivo podem ajudar os colaboradores a superarem seus limites e a estimular a coragem, a ousadia e a liderança, principalmente de novos projetos e desafios profissionais. Imagine um colaborador que realiza um passeio, durante a viagem, que nunca imaginou fazer? Tipo descer uma tirolesa, fazer um mergulho, subir num ponto turístico nas alturas! Isso mostra à própria pessoa que, se ela é capaz de ir além na sua vida pessoal, certamente ela também é capaz de ir além em sua vida profissional.
Em resumo, uma viagem de incentivo está intimamente ligada à motivação, muito mais do que à produtividade. É que a motivação leva ao aumento da produtividade. Mas, ter um colaborador motivado e feliz o faz se sentir reconhecido. É exatamente isso que faz a diferença em sua saúde física e mental. É assim que uma empresa pode ser assertiva nos benefícios que oferece a seus colaboradores.
Dóren Faria, consultora de viagens da Criattiva Turismo.